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Da Redação / Com Assessoria
Minissérie mato-grossense 'O Portão do Inferno' reúne Maria Zilda e talentos locais em apresentação do set
A produção da minissérie “O Portão do Inferno – Casos Arquivados” abriu as portas do set para jornalistas e convidados, com um evento típico cuiabano: o “tchá com bolo”. A programação incluiu visita aos bastidores, exibição de peças de cenografia, entrevistas com elenco, direção e equipe criativa — com destaque para a presença da atriz nacional Maria Zilda Bethlem.
Inspirada em crimes reais noticiados nos jornais de Cuiabá na década de 1940, a minissérie é uma adaptação do livro homônimo do escritor e roteirista Jefferson Neves, com direção de Luiz Marchetti. A obra mistura elementos do thriller noir com uma atmosfera poética e inquietante, e se propõe a recuperar memórias silenciadas por meio da arte.
Realizada pela produtora Centro Audiovisual Luiz Marchetti (CALM), com recursos do edital da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel/MT), a produção é inteiramente filmada em Cuiabá e Chapada dos Guimarães. O elenco e a equipe são majoritariamente mato-grossenses, com mais de 70 profissionais diretamente envolvidos.
“O que me inspirou foram justamente essas vozes silenciadas, pessoas que desapareceram sem explicação, e ninguém perguntava o porquê. Eram descartadas pela sociedade”, explicou Jefferson Neves, que também assina a trilha sonora original.
Entre os nomes do elenco estão artistas reconhecidos da cena cultural local como Vera Capilé, Ilto Silva, Maria Clara Bertulio, Millena Machado, Bia Corrêa e Carolina Argenta. A protagonista Amélia é interpretada em duas fases por Capilé e Millena, representando diferentes momentos da personagem ao longo da trama.
A antagonista Lucinda Porto ganha vida na interpretação de Maria Zilda, em um papel sombrio e intenso “ela é uma psicopata, sim, mas marcada por uma perda que tirou dela qualquer capacidade de amar. Só restou ódio”, afirmou a atriz, que se emocionou com a recepção em Cuiabá “a generosidade desse povo me tocou profundamente. É como estar em outro país, um lugar com doçura.”
Na trama, Lucinda é uma artista plástica — e as telas que aparecem como obras da personagem são, na verdade, criações do pintor mato-grossense Gonçalo Arruda. Conhecido por suas representações de divindades católicas e um estilo surrealista carregado de simbolismos, Arruda teve uma de suas obras escolhida para ilustrar o cartaz oficial da série.
Para a artista Vera Capilé, o convite foi um presente. “Desde o início, o Jefferson disse que o papel era meu. E é uma personagem muito densa, que representa aquela adolescente que fui um dia, com sede de justiça. Estou cercada de pessoas que admiro e num ambiente onde me sinto em casa”, destacou.
“O Portão do Inferno – Casos Arquivados” consolida-se como um marco para o audiovisual mato-grossense, unindo literatura, cinema, artes visuais e música em uma obra autoral e provocadora — e com fortes raízes na história social do Estado. A estreia está prevista para o primeiro semestre de 2026.
Informações técnicas:
Produção: Centro Audiovisual Luiz Marchetti
Direção: Luiz Marchetti
Roteiro e Trilha Sonora: Jefferson Neves
Direção de Fotografia: Luis Abramo
Direção de Arte e Cenografia: Douglas Peron e Jefferson Keese
Direção de Elenco: Caio Ribeiro
Produção Executiva: Daniela Arantes
Técnico de Som: Paulo Monarco
Fotos still e making of: Zadoque Nathan
Maquiagem: Wenni Justo
Figurino: Bruno Custódio